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As Redes Sociais e o Culto à Imagem

Nos dias de hoje, observa-se o fenômeno social de um desmesurado apego à imagem. Tal apego ocorre principalmente através das redes sociais, mediante a publicação de fotografias ou de vídeos pessoais. O denominado “selfie” virou uma obsessão para muitas pessoas.

 

Nesse contexto, sem dúvida alguma, a forma tornou-se protagonista sobre o conteúdo. A imagem – veículo de transporte da forma - ocupou o centro do palco e desempenha o papel principal. A própria palavra escrita, que sempre foi o veículo clássico de transporte do conteúdo, passou a servir muito mais à forma. Quais são os problemas que surgem com esse estado de coisas?

 

Primeiramente, há, no seio desse fenômeno, uma exaltação do ego para além do que se deve considerar razoável. Por quê?

 

Do ponto de vista místico, uma das coisas que devemos aprender durante nossa jornada evolutiva é exatamente o desapego ao ego. Com efeito, o ego nos deve servir como uma vestimenta necessária. Para que se possa explicar essa ideia, consideremos a seguinte simplificação: Possuímos um veículo físico de manifestação – o corpo – e um veículo psíquico de manifestação – o ego. Por analogia, do mesmo modo que não devemos confundir o corpo com nós mesmos, também não devemos confundir o ego com nós mesmos.

 

O ego é uma forma de energia. Como toda forma de energia, pode ganhar autonomia frente ao seu criador. Por conseguinte, devemos ter um cuidado especial para não permitirmos que ocorra um caso de criatura voltando-se contra seu criador. Querem alguns exemplos? Vocês já viram algum dos inúmeros programas de televisão dedicados às cirurgias plásticas? O que vocês acham desses programas? O que está verdadeiramente por trás desse tipo de programa?

 

Em especial, não devemos permitir que o ego caminhe à nossa frente, mas atrás e a serviço de nossa missão. O ego é apenas um instrumento posto a nosso dispor. Não permitamos que se converta em nosso senhor! Não devemos exaltá-lo, porque o ego tem uma característica intrínseca muito perigosa, qual seja, o ego é vaidoso. Em sendo vaidoso, deixa-se seduzir pela atenção que se lhe dedica. Bata que nos recordemos do mito grego de Narciso! Consequentemente, à medida que ganha exaltação ganha, também, autonomia relativa a nós.

 

Logo deixa de nos servir e passa a exigir que sirvamos a ele. Invertem-se os papéis, posto que deixamos que os verdadeiros valores do espírito fossem invertidos, i.e., postos de cabeça para baixo. O ego, assim como o corpo, terá valor na medida em que nos sirva de meio para atuarmos. No entanto, representará um desvalor se permitirmos que se torne um fim, ou melhor, o fim de nossas respectivas atuações na Terra.

 

Em segundo lugar, nesse processo de desvalorização do conteúdo frente à forma, vem a comunicação instantânea. Trata-se de uma comunicação instantânea que depreciou o conteúdo das palavras. Quando não deformou, por completo, a própria forma da palavra, como, por exemplo, no caso do riso fácil ( que passou a ser expresso pelas letras “kkk”), retirou significado do texto. Transformou a maior parte dos textos em peças fúteis de comunicação sem sentido.

 

São comunicações instantâneas que não agregam nada à vida da pessoa, mas, tão-somente, tomam seu tempo numa distração fácil e passageira. E, de certo modo, viciam as pessoas, que se tornam dependentes dessa forma de comunicação. Quando, por alguma razão, vêem-se privadas da possibilidade de se comunicar por escrito usando o celular, as pessoas reagem como se estivessem experimentando uma espécie de síndrome da abstinência. Nesse contexto, houve um processo de depauperamento do conteúdo das palavras escritas, isto é, ocorreu um processo coletivo de tornar pobres as palavras que usamos para nos comunicar.

 

                                                                                                                                 Alberto e Wilson – Conscientização Plena

 

CONEXÃO ESPIRITUAL - METAFÍSICA DA VIDA

O Mito de Narciso: A versão mais corrente sobre a origem da flor do narciso é relatada por Ovídio (43 a.C. - 18 d.C.), nas Metamorfoses, e corresponde à transformação do jovem Narciso, filho da ninfa Liríope e do deus fluvial Cefiso, naquela flor.

 

Segundo o mito, Narciso, dotado de extraordinária beleza, apaixonou-se por sua própria imagem, refletida no lago. Incapaz de se afastar da sua própria imagem refletida, o jovem Narciso deixa de alimentar-se, de dormir, de saciar a sede e de movimentar os músculos.

 

Dia e noite, contempla apaixonadamente sua imagem refletida. Aos poucos, vai definhando, à beira do lado, sobre uma pedra, até morrer em função da paixão impossível de se concretizar. (Vide, a propósito, a coleção “Mitologia”, em três volumes da Abril
Cultual, págs. 433 a 435).

 

O PERDÃO

Convido você a refletir sobre o papel que o perdão desempenha.

 

Existe o perdão, isto é, o ato de perdoar alguém por um ato que causou mal psicológico a outrem é eficaz?

 

Pode o Criador, assim como alguma outra entidade benigna, perdoar instantaneamente os pecados de alguém? Se assim o fizesse, não estaria desrespeitando as próprias leis universais que estabeleceu, desde o início dos tempos? Em particular, se assim procedesse, não estaria violando a lei universal da Justiça, conferindo tratamento privilegiado a uns relativamente a outros?

 

Já se afirmou alhures que a Lei – isto é, a verdadeira lei, universal e imutável – vale para todos, inclusive para o próprio Criador. Assim sendo, todos os seres devem submeter-se à Lei. Não deve haver exceções, porque a exceção, de qualquer natureza, violaria, em princípio, a integridade da Lei, que é composta pelos feixes congregados de muitos princípios, como, por exemplo, o princípio da Justiça. Se a exceção casuística fosse permitida, então a harmonia cósmica seria perturbada e a Lei valeria para uns, mas não valeria para outros. Criar-se-ia desequilíbrio no raio de incidência da Lei e, por consequência, haveria perturbação na harmonia do Universo invisível. Logo, tal hipótese não seria de se admitir como uma situação possível perante a Lei.

 

No contexto da reflexão particular que fazemos, o perdão desempenha um papel diferente daquele que é usualmente concebido. Com efeito, uma vez que alguém, por qualquer motivo que seja, pratique um mal contra outrem, esse alguém terá assumido um dever de reparação perante a Lei. Por analogia, seria como se a alma iluminada desse alguém assumisse um contrato de confissão de dívida perante a Lei. Observe-se que essa confissão foi espiritualmente subscrita perante a Lei. Trata-se de uma obrigação impessoal, uma vez que pessoa, por ter agido mal frente a um semelhante ou a outro ser, reconheceu seu dever de restituir ao Universo o equilíbrio que violou com seu ato. O que significa, exatamente, a expressão “obrigação impessoal”?

 

Por “obrigação impessoal” implica-se que o dever de reparar o mal é assumido perante o Universo, no sentido de que a pessoa terá de agir para recompor o equilíbrio rompido no Universo. Por conseguinte, para lançarmos mão da analogia acima, a “dívida” a ser paga deverá ser paga ao próprio Universo; não, necessariamente, à pessoa que sofreu o mal. Como assim?

 

Bem assim: À pessoa que sofreu o mal caberá o dever de transformar, no uso do seu livre-arbítrio e das demais faculdades inatas do espírito, o sentimento de mágoa, de ressentimento, de ódio, etc., em uma energia de ascensão e de luz. Trata-se de um poder alquímico, que todos nós possuímos e que temos o dever de colocar continuamente em prática. (Sim! Somos – todos – verdadeiros alquimistas, no sentido mais genuíno da palavra. A diferença é que os “metais” ordinários com os quais trabalhamos para convertê-los em “metais” nobres e raros são, na verdade, emoções, sentimentos ou pensamentos. Logo, essa pessoa deverá lutar para se libertar das amarras dos sentimentos pesados da mágoa, do rancor, do ódio, do desejo de vingança, a fim de seguir fielmente seu caminho evolucionário. (Quem também não agiu mal para com seu semelhante?).

 

Bem assim (o outro lado da moeda): À pessoa que causou o mal a outrem caberá o trabalho de recompor, de restaurar o equilíbrio no Universo. Todos somos criadores num sentido muito especial e verdadeiro. Consequentemente, por intermédio de nossas ações e omissões, criamos ou convertemos constantemente poderosas energias que se direcionam ao cósmico. Desse modo, abre-se a possibilidade para que a pessoa repare a harmonia universal a cujo rompimento deu causa.

 

A Lei é extremamente flexível e providenciará as oportunidades para que isso aconteça.

CONEXÃO ESPIRITUAL - METAFÍSICA DA VIDA

Que o perdão seja só meu:

 

Um ato solitário do meu coração!

 

Que eu não queira nada em troca desse perdão, senão contribuir com a harmonia cósmica.

 

Porque, se eu não estiver com meu interior são, então o Cósmico permanecerá em desequilíbrio...

 

O Aprendizado do Autodomínio

                                       

A missão de cada um de nós compreende, também, o aprendizado do autodomínio. Este, também conhecido como a autodisciplina, representa o ato de vencermos a nós mesmos. (Adiante, explicarei o que significa “vencer a nós mesmos”.) Relativamente a esse aprendizado, conquanto seja importante o domínio das explosões de temperamento provocadas pela raiva, há muito mais. Em especial, ressalta-se o aprendizado de se viver guiado pela consciência, num sentido mais amplo. Quando se vive com esse guia, está-se mais preparado para enfrentar dificuldades tais quais o alcoolismo, a droga, o consumismo, dentre outras circunstâncias, que são expressões desordenadas da compulsão ao supérfluo.

 

Nessa perspectiva, é muito importante que a consciência governe nossas mentes racionais. Permitir que nossas mentes racionais governem nossa consciência é o pior que podemos fazer. Para se lançar mão de uma analogia, tratar-se-ia, nesta segunda hipótese, de um caso de “gestão temerária”. Usando outra analogia, poder-se-ia afirmar que a mente racional é a pior das conselheiras, sob determinadas situações. Quantas vezes eu já fui enganado magistralmente por minha mente racional, a qual produziu as racionalizações mais convincentes do mundo!

 

O autodomínio deve ser aperfeiçoado a partir do nosso interior, mediante o uso da nossa liberdade plena. Esta liberdade de ir, de vir, de fazer ou de se abster é o único caminho verdadeiro para a conquista da autodisciplina. Nenhum autodomínio pode ser conquistado por resoluções racionais (espécies de “decretos” pessoais) ou por práticas de abnegação. Ambas procedem de fora para dentro e importam o grande risco de geração de “conflitos tenebrosos” - como me advertiu certa feita W. R. Barros. Tais conflitos gerarão frutos indesejados nesta e noutras existências, até que o verdadeiro autodomínio chegue, proveniente das nossas consciências divinas.

 

No campo da autodisciplina, devemos atuar com cautela, exercendo nosso livre-arbítrio no sentido da verdadeira libertação pessoal. Trata-se de um processo que não deve ser abruptamente interrompido por valores vindos de fora das nossas consciências. O processo de amadurecimento, o qual engloba o aperfeiçoamento pessoal da autodisciplina, só se conquista pelo uso da liberdade pessoal, em seu sentido mais amplo possível. Não serão imposições externas que possibilitarão o aperfeiçoamento dessa maestria pessoal.

 

A verdadeira consciência manifesta-se em nós sempre de forma serena. Logo, uma maneira de aferir sua presença consiste em se verificar que o estado de ânimo da inspiração é de tranquilidade. Com tranquilidade, na serenidade profunda de nossas consciências metafísicas, o passo crucial consiste em trazer à luz das nossas consciências a prática que nos escraviza. Uma vez sob essa luz divina, tudo o mais virá com a busca sincera de respostas para uma ampla e profunda compreensão das causas do problema. Sem que as verdadeiras causas sejam atingidas pela conscientização, só se atuará sobre os sintomas.

 

(Iniciação Espiritual para Leigos – IEPD, p. 65 e 66)

CONEXÃO ESPIRITUAL - METAFÍSICA DA VIDA

Como já se afirmou, a consciência de cada um de nós abrange muito mais do que tão somente o pensamento racional. Na medida em que buscamos, alcançamos conteúdos metafísicos que têm a propriedade da ativação instantânea. Uma vez ativados, entram imediatamente em operação.

 

Este processo é irreversível. A busca tem o poder de derrubar “paredes magnéticas”, que se interpõem entre a pessoa e os instrumentos. A tal ponto ocorre que, às vezes, o pensamento racional simplesmente espelhará com fidelidade o que está no plano metafísico. Trata-se de uma evolução natural, da qual a pessoa gradualmente dar-se-á conta.”

 

(Iniciação Espiritual para Leigos – IEPD, p. 21)

 

 

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